Monthly Archives: Fevereiro 2017

Olha…

Olha para mim meu rapaz
Olha porque sou de rocha
Olha para mim se és capaz
Olha esta luz que é tocha
Olha para mim aí de trás
Olha quem agora se amocha…

top+of+the+mountain.jpg

Top of The Mountain


Já não tenho saudades…

Já não tenho saudades
Dos teus beijos e vontades
Afinal de contas, não fomos
Nunca duas metades.

É assim o nosso fim da linha
Não sou teu, tu já não és minha
Esquece os sonhos e a casinha
Esquece tudo da nossa vidinha.

É hora de novos encontros,
Sim, fomos feitos para outros
Aqui, aí, acolá e lá noutros
Ondes… somos só mais outros.


Irritante…

Eu sei, sou irritante,
E foste tu quem falou:
Tu irritas-me bastante!

Mas continuo, sua distante,
Pois só quem só se calou
Permanece interessante.

E desculpa-me neste instante
Mas este triste não se abalou,
Está aqui por ti e é constante.


E quando Trump tem razão…?

Trump é aquele sujeito que todos desprezamos. O fulano é uma máquina de arrogância, descriminação e um incitador de violência e ganância. No entanto, para mal dos meus pecados, é dos poucos que diz uma grande verdade: cuidado com os meios de comunicação social.

Notícia que é notícia responde às seguintes questões: O que aconteceu? Como aconteceu? Onde aconteceu? Quando aconteceu? Quem fez e quem viu acontecer? E porque aconteceu? Não há espaço para muito mais. Tudo o resto são apartes do autor da notícia. As interpretações dos factos, as teorias e as perguntas retóricas e insinuantes não fazem parte da notícia. São parte da opinião do seu autor.

E cada opinião, como o nome indica, é subjectiva; não é objectiva. Logo, não acreditem em tudo aquilo que os críticos dizem.

Batman V Superman: Dawn of Justice mostrou um vigilante Batman carregado de rancor e frustração, mostrou um messiânico Superman cheio de dúvidas sobre o seu papel no mundo, mostrou um Lex Luthor com um complexo de anti-deus que faz parte da sua personagem, mostrou uma grande jornalista Lois Lane, mostrou um fiel e sarcástico Alfred e mostrou até uma espectacular Wonder Woman. No final, houve uma super-batalha, um final dramático e a esperança de novos mergulhos. Sim, houve muito CGI… mas onde é que ele não existe num filme do género?

Estes prémios razzie (de muito mau gosto, diga-se…) são apenas uns frutos de mais uns quantos carneiros pagos por fora. Querem exemplos?

Guião do BVS: o pior do ano. Desculpem?

Um esquema subtil do sociopata Lex Luthor coloca os dois maiores heróis dos quadradinhos frente a frente com o objectivo de ver o Superman derrotado. O trama começa com uma breve aventura em África que tem o objectivo de desacreditar o Superman, depois começa com as normais questões da política sobre o que deve o Superman fazer, pouco depois vemos Lois Lane a investigar esta história até perceber do esquema de Luthor, vemos o Batman a ser o vigilante brutal que sempre foi, vemos o Superman cheio de dúvidas a ser confrontado com as manchetes dos jornais de Gotham e a mandar o Batman para casa, vemos o plano de Lex Luthor a dar frutos, percebendo o que é fácil a todos perceber: o Superman não é um deus completo, logo vai sempre salvar a Lois Lane e a sua mãe Martha, há a esperada batalha entre os heróis donde surge a empatia pela parte de Batman através do mesmo nome da mãe de ambos e, finalmente, grande confronto do triunvirato DC com a aberração criada para destruir mundos…

Claro que houve partes que servem de prelúdio ao filme Justice League, mas, caramba, ser o pior guião do ano?

Então e os Sete Magníficos? Caramba, aquilo é pistolada atrás de pistolada com uma história genérica e horrível.

Claro que depois percebemos as coisas: o problema é o filme ser complexo e… não divertido…?

Primeiro, a diversão não são só piadas (Se fosse assim, não havia filmes de horror…).

Mais, a parte em que o Superman está na montanha a falar com o pai é transcendente. “Não basta ser herói um dia, há que ser todos os dias herói…” Quem é que lá chegou? Os críticos, ao que parece, não. Pior combinação entre Cavill e Affleck? Essa é uma piada. Os momentos em que eles estão os dois frente a frente são momentos cheios de tensão e desafio. Lex Luthor horrível? Claro que não. O rapaz, um jovem génio, foi vítima de abusos do pai e nunca veio nenhum anjo ajudá-lo. Logo, a sua sociopatia tem tendência para não gostar de messias e salvadores. É a sua natureza deturpada…

É por tudo isto que me custa ver um dos melhores filmes do ano passado completamente estorcegado pelas críticas da comunicação social e por aqueles que dão prémios quando a maioria das pessoas gostaram do filme (6,7 do IMDB é positivo). E, antes que falem de outros sites sobre críticas cinematográficas, pesquisem um pouco…

 

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Batman v Superman poster

 

 

 


Entender a namorada…

Duas palavras, uma charada:
A minha mente não preparada
Trava a fundo e fica parada
Tentando entender a namorada.

Levantas questões, fazes
As perguntas que trazes
E, sem pensos ou gazes,
Ficamo-nos pelas pazes?

Diz-me, que queres que faça
Para que a dúvida se desfaça?
O que tem que te satisfaça?
A Lua ou um Beijo de graça?

 


Sinto falta de ti

Sinto falta de ti na cidade

Sinto falta de ti com vontade

Sinto falta de ti de verdade

Sinto falta de ti com saudade

Sinto falta de ti tempestade

Sinto falta de ti minha metade.


Os dias em que vale a pena

Há dias (talvez a maior parte, sim…) que acordamos pachorrentos. Está frio fora da cama, o céu está nublado e o próprio ar que respiramos pesa. São aqueles dias em que nos apetece fazer manguitos às nossas obrigações e deixar que aqueles «mais cinco minutos» se transformem numa eternidade.

E depois há aqueles dias em que basta um pequeno sorriso de um amigo, uma gargalhada de um familiar, um pequeno agradecimento da pessoa que amamos, um elogio de um terceiro ou uma certa imagem que nos lava os olhos e nos enche de esperança – como um menino chinês a oferecer um pacote de batatas fritas a uma menina angolana enquanto os seus desconhecidos pais esperavam para poder renovar os seus documentos no gélido atendimento do serviço de estrangeiros e fronteiras.

São autênticos beijos de amor.

Autênticos mimos da providência divina, tenha ela o nome que tiver.

Autênticos sopros de «vale a pena viver».

Sei que os humanos não são plantas nem árvores, mas, ainda assim, acho que alguns de nós têm a capacidade de florir.


Ah!

Ah! que doce é despertar namorando
No teu ouvido! Que bom é apertar
Tua bochecha e ouvir um gemido
Reclamando sem nada a reclamar.

Ah! aconchegos em curtos incidentes
Aproximando suaves e envolventes
As bocas e os beijos ardentes
Que se atacam em pecados indecentes!

Ah! espertares e espreguiçares
Junto a ti, que é como quem diz:
Em conjunto fico tão feliz e
Inteiro por isto ser verdadeiro.

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Sleeping Beauty, by The Walt Disney Company


Saudades de Naruto

Um dia descobri na internet uns vídeos altamente, cheios de música dos Sum 41 e acompanhados por inúmeras cenas rápidas de um anime baseado no manga (diz-se mangá) japonês Naruto de Masashi Kishimoto. Mal sabia eu que pouco depois levaria metade do mês de Setembro a ver uma maratona de episódios infindáveis e quase mais uma década atento aos lançamentos semanais das quintas feiras de uma “simples” história:

Jovem ninja, rebelde e isolado devido a ter um demónio-raposa dentro de si, tem o objectivo de chegar a Hokage (Líder Militar da Vila da Folha).

Como é hábito nas publicações semanais da Shonen Jump, a trama desta história desenvolve-se a um ritmo agradavelmente lento. E digo agradável porque se há algo que os autores de mangas gostam de fazer é contar a história da maioria dos personagens de uma história. Assim, vamos aos poucos conhecendo a história do personagem central e vamos também conhecendo a história das personagens secundárias. Ou seja, o ritmo é o mesmo de DragonBall (Alguém não conhece?): primeiro, conhecemos Bulma a fundo, depois o fantástico fodão Goku, mais adiante um interessante antagonista Vegeta, e assim por diante.

Sucede que, no caso de Naruto não há um Krillin nem uma Bulma ou um Vegeta que fiquem para trás no enredo enquanto o protagonista continua a evoluir. Todos evoluem. Por entre cenas de acção carregadas de emoção, e o desenvolvimento da personagem principal, cada personagem tem uma história bastante pessoal, com cada um a ter os seus desejos próprios e com cada um com os seus tipos e estilos de luta únicos. Todos têm passados, motes, fraquezas e forças. Todos eles, mesmo bonecos, são pessoas que poderiam realmente existir.

Destaco particularmente a rivalidade fantástica entre Uzumaki Naruto (luz destrambelhada do dia, cuja grande força é o poder de nunca desistir e que o leva a ser seguido por todos com quem se cruza) e Uchiha Sasuke (sombra fria da noite que vai, de genialidade em genialidade, mergulhando no abismo mais escuro para alcançar todo o seu fantástico potencial de modo a cumprir todos os seus mais recônditos objectivos). O embate final é de nos levar a lacrimejar ao ponto de não conseguirmos mais escolher qual deles merece mais o nosso coração. É só o maior paradigma de muitos momentos perfeitos…

Sim, é verdade que a série é destinada ao público mais juvenil (e talvez este precise mais deste tipo de séries do que doutras completamente atentatórias à sua maturidade)… mas, enfim, temas como o sofrimento de ser um outsider, a dor vazia da orfandade, a solidão gélida clamando por um caminho de vingança, o amor não correspondido, o utilitarismo sangrento dos massacres políticos e seus agentes, as meias-verdades condenáveis e condenadas, a ganância desmedida, as ilusões e utopias desmascaradas de grandes líderes e o único caminho possível para um final magnífico: nunca desistir dos nossos sonhos nem de ninguém. Todos estes ingredientes se encontram presentes nos cerca de setecentos episódios de Naruto (O manga… já que o anime contém bastantes histórias adjacentes chamados fillers).

A acrescer à maravilhosa trama de Naruto, temos ainda a banda sonora do anime que, garanto-vos, vos fará acelerar o coração de tal modo que de repente, e de tempos a tempos, dão por vocês em pé e de mão estendida a gritar: RASENGAAAN!!!


A Pergunta

Quem és tu para mudar o mundo?