O Núcleo

O Núcleo

de

Peter V. Brett

500x.jpg

by 1001 Mundos

Capítulo final do Ciclo dos Demónios e, tal como o título sugere, descida infernal ao núcleo deste mundo que, ainda que acossado por inúmeros tipos de demónios, inclusive humanos, me encantou com a sua magia.

Quanto ao enredo, a Sharak Ka (Guerra Nocturna) intensifica-se e aproxima-se a todo o vapor do final, mas com as forças da superfície em claras dificuldades para resistir às cada vez mais organizadas incursões das forças demoníacas. Resta agora saber se Arlen e Jardir, acompanhados por Renna, conseguirão alcançar a Colmeia a tempo, acabar com a Mãe dos Demónios e impedir a derrota certa dos humanos na noite. Portanto, para fio narrativo: uma corrida contra o tempo…

Por outro lado, parece-me que os maiores cuidados do Autor, mesmo num capítulo final, foram todos para as personagens e se no início Arlen, o Homem Pintado, merecia um destacadíssimo relevo, suplantando todas as demais personagens, chegamos agora ao último capítulo com a sensação de que todas as personagens se tornaram importantes. Claro que a missão de Arlen nunca é esquecida (na minha opinião é ele o verdadeiro Libertador e todos os outros se libertaram à sua conta…), mas as personagens “secundárias” – como Jardir (inicialmente um traidor que virou um dos meus personagens preferidos), Inevera (de longe a rainha desta e de muitas histórias), Abban (negociante e trapaceiro exímio), Briar (o Lamacento que perdeu a família e encontrou uma nova), Ashia (feroz mãe e guerreira), Leesha (que de menina ostracizada virou a condessa do Outeiro), Renna (companheira de Arlen), Elissa e Ragen (verdadeiros pais de Arlen) – e todo o demais lote de personagens terciárias merecem destaque. Claro que o carisma e as tolices do mestre Roger Meia-Mão neste livro fazem-se sentir, mas há tanto que o compensa…

O ritmo da estória, ao jeito bem habitual de Peter V. Brett, é alucinante e se ao princípio nos questionamos como será possível alcançar o Núcleo a tempo, no final ficamos espantados com a capacidade do Autor para levar a bom porto toda a história, ainda que talvez houvesse algumas pontas que gostássemos de ver um pouco mais exploradas. Enfim, cumpre bem o seu papel.

Chegando ao final desta saga, importará dizer que este não é o melhor livro da saga (A Lança do Deserto e A Guerra Diurna são na minha opinião os melhores da saga), mas oferece um final digno de toda a saga e isso talvez seja o mais importante.

Contudo, parece-me que teremos mais estórias sobre este universo num futuro próximo. Afinal de contas, será mesmo possível derrotar todos os demónios deste mundo?


Deixe um comentário