O Pistoleiro

O Pistoleiro

A Torre Negra – Livro 1

De Stephen King

O mundo avançou… é quase o grande lema de toda a obra. Mas que mundo é este onde pistoleiros solitários são cavaleiros de outra era, onde existem portais para outros mundos e onde as balas tanto se destinam a homens como a mutantes ou feiticeiros?

Acreditem, a história é uma amalgama de conceitos de todos os tipos: old west, epopeia, fantasia, ficção científica, mistério, terror, drama… é o perfeito paradigma que me leva a dizer que odeio estereótipos e géneros de estantes. Cada obra é uma obra. E cada obra ou é do nosso agrado ou não é do nosso agrado.

Quanto à história em si, do ponto de vista criativo (e não do meramente crítico), o autor (que dispensa apresentações) colocou tudo de si nesta história. Existe um objectivo (a demanda pela Torre Negra), existe mistério (o que é a Torre Negra?), existe conflito (escolhas tremendamente difíceis) e existem boas personagens com personalidades bem definidas e passados misteriosos (Roland Deschain), com a fragilidade normal de uma criança (John “Jake” Chambers) e conectadas entre si (relação Roland-Jake). Há ainda uma certa decisão que nos abre os olhos e nos obriga a voltar a reler o capítulo inteiro para ver se nos escapou alguma coisa. E aquela conversa final entre o Pistoleiro e o Feiticeiro é simplesmente magnífica…

Sublinho, por fim, a caoticamente ordenada sequência de episódios. Um olhar menos atento talvez lesse uma história começada num certo local que ia avançando no tempo e interrompida inúmeras vezes por flashbacks. No entanto, neste caso, tais flashbacks parecem destinados a fazer-nos perceber como até o tempo se encontra quebrado neste mundo que, simplesmente, avançou. Tanto o presente como o passado se encontram fraturados e isso serve de mote ao Autor para criar um autêntico remoinho narrativo que no final acaba por fazer todo o sentido.

Neste momento, faltam seis livros e considero-me verdadeiramente ansioso.

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By Bertrand Editora


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