A Escolha dos Três

A Escolha dos Três

A Torre Negra – Livro 2

De Stephen King

Mais uma vez, Stephen King premeia-nos com uma nova grande obra. A demanda pela Torre Negra continua no mundo do pistoleiro que, simplesmente, avançou. Mas não continua naquele ritmo expectável; ou seja, cheio de revelações e verdades escondidas. Continua no seu ritmo de western spaghetti. Existem vezes, e não poucas, que me recordo daqueles filmes de John Wayne (desculpem, prefiro os filmes deste aos do Clint Eastwood…) em que o ecrã vai passando pelo rosto dos personagens, um a um, e podemos observar aquelas leves e lentas mudanças, quase novelescas, nos cantos da boca e dos olhos dos mesmos…

Quanto à história, o pistoleiro Roland, depois daquela escolha tão negra quase no final do primeiro livro, segue em frente tentando sobreviver da melhor maneira possível. E, com efeito, como demonstra o início do livro, não é fácil sobreviver sozinho. Aliás, o motivo que nos leva a virar as páginas é o querer saber como poderá o pistoleiro desenvencilhar-se dos males que o atacam logo ao início.

Temos novas e interessantes personagens também. O prisioneiro da cocaína é, sem sombra de dúvida, uma adição fantástica em termos de drama e humor (porque a vida, mesmo quando é triste e pesada, tem sempre espaço para uma piada). Por outro lado, temos duas mulheres no meio-corpo de uma só. Preciso de dizer mais alguma coisa neste ponto? Não me parece…

Quanto à estrutura do livro, foi-se aquele sentimento de tempo fraturado. Para tal, muito se deve à maior, e mais normal, linearidade do enredo deste livro. Não que esteja mal delineado; não está. Contudo, um dos grandes atractivos, pelo menos para mim, do Pistoleiro foi aquele remoinho caótico de episódios que a certa altura se conjugaram todos. Em A Escolha dos Três não há lugar a esta narrativa caótica. Presumo que não se adequasse efectivamente ao enredo.

Mas, quanto a mim, um último conselho para este livro?

Leiam-no!

A tensão existe do princípio ao fim, adensa-se no meio e no final deixa-nos com vontade de fechar bem rápido este livro e partir para o outro logo a seguir.

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by Bertrand Editora


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